Tuesday, October 16, 2007

Sobre não crescer


Erasmo Carlos - Sou Uma Criança Não Entendo Nada

Antigamente quando eu me excedia
Ou fazia alguma coisa errada
Naturalmente minha mãe dizia:
"Ele é uma criança, não entende nada".
Por dentro eu ria satisfeito e mudo
— Eu era um homem e entendia tudo

Hoje só com meus problemas
Rezo muito, mas eu não me iludo
Sempre me dizem quando fico sério:
"Ele é um homem e entende tudo"
Por dentro com a alma tarantada
— Sou uma criança, não entendo nada.

A melhor música feita em língua portuguesa. De longe da segunda. Simplicidade e perfeição nível Neil Young – aliás, muitos brincam que o Tremendão é o nosso genérico do Canadense. A maioria fala tirando um sarro... Não devem conhecer a obra do “parceiro do Rei”, que é tão ou mais rica que a do seu amigo de fé, seu irmão camarada.
Na verdade os dois são muito bons, mas por aqui são motivo de piada pelos “formadores de opinião” que não conseguem olhar para trás nem um milímetro, a não ser quando é pra se pendurar nas bolas do Caetano.

Aliás, essa música lembra um filme que podia ter sido, mas não foi. O Sol de Cada Manhã (The Weather Man no orginal. Não pergunte de onde tiraram esse título nacional) tem um gancho promissor, uma história que se não prima pela originalidade, apresenta milhares de opções boas para análise ou aprofundamento, etc. Mas a direção é vazia, a trilha sonora coloca tudo a perder quando parece que o filme vai melhorar, as atuações são pífias, o clima é superficial.
Pensando depois, parece que o diretor quis demonstrar a vida do personagem principal através da superficialidade com que o filme aborda os vários temas que apresenta. Mas ele não me convence com esse papinho, se é que foi isso que ele tentou fazer.
No fundo entregar uma história desse calibre nas mãos do Gore Verbinski e do Nicolas Cage foi o grande erro da produção. O mesmo roteiro nas mãos do Cameron Crowe (problemas com o pai, filhos disfuncionais, jornalismo, adaptar-se à cidade grande... Prato cheio pro mestre) e com um ator meio perdedor, mas que se dedicasse a tornar o “cara do tempo” o papel de sua vida (pensei no Charlie Sheen, ou no Aaron Eckhart. Talvez o Billy Crudrup, ou ainda o Robert Downey Jr.! O Adam Sandler bem dirigido já provou que tem talento – Punch Drunk Love – enfim, várias opções).
Mas não funcionou, acontece. Na real isso - o tema da música e do filme: crescimento – é muito difícil de ser retratado, porque cada pessoa passa pelo processo de maneiras diferentes. Alguns demoram mais pra virar “adulto”, outros menos, outros nascem assim e outros nunca crescem. É como na arte. A música faz em poucas linhas e alguns minutos o que o filme não consegue em horas.

Talvez uma outra hora...

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Muito bom o texto amor... E realmente, é um tema difícil de tratar. Crescer é o que eu acho mais difícil sabe: esse negócio todo de se virar de repente é meio estranho, mas enfim, não há muito o que fazer... E quanto a continuar crescendo, quero fazê-lo ao teu lado... beijos

8:57 AM  
Anonymous Anonymous said...

essa letra eh foda msm! e eh totalmente real!e me foi mto util le-la agora!
tem texto novo no meu blog tb!
passa lá!

4:01 PM  
Anonymous Anonymous said...

bah! eu não conhecia essa letra... muito "significante" para alguém como eu, por exemplo, que não está ali nem aqui e ainda assim não entende nada.

E sobre o filme, pareceu-me interessantíssimo, no entanto ainda não o vi... pena!

Falando nisso: Já viu "O ano em que meus pais sairam de férias"? mto bom... adorei!

11:41 AM  
Anonymous Anonymous said...

Bah Home!!! nem li ainda... mas esse filme aí é muito massa!!!!

6:40 PM  
Blogger Mau Haas said...

Bah.... a música é muito bala...
e o texto tá no mesmo patamar, destruidor....

Mas o filme é massa, tchê.... olha de novo... hahahahahh

Falo!!!

6:47 PM  

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