Friday, June 02, 2006

Chaos and Creation in the Backyard


Irritante. O que Sir Macca faz nessa obra de arte de 46 minutos e 54 segundos é para irritar – e maravilhar - nós, o resto da humanidade. Não basta ser um dos dez maiores compositores do século XX, ele quer cravar o seu nome no século XXI também. Nos primeiros seis anos da década 00 que estamos vivendo (já tentaram imaginar os anos 60, ou 80 deste novo século?), ninguém fez algo tão técnica e emocionalmente perfeito, ou com uma unidade e sonoridades tão coesas quanto Paul. É como se ele lançasse a “Cartilha para se fazer MÚSICA” em formato Compact Disc.
Falar do disco é garoar na enchente, mas vamos lá. Nigel Godrich é o produtor. Muitos dizem que Nigel foi o responsável por Paul lançar um disco relevante, coisa que não fazia – segundo a imprensa “especializada” – desde... Bom, desde que saiu dos Beatles! Ouvindo o disco, o que dá pra perceber é que os fãs de Godrich por seus trabalhos com Beck, Travis e Radiohead não fazem a menor idéia de quem seja Mccartney. Claro que algo nas atmosferas das canções remete ao produtor, principalmente em How Kind of You e At the Mercy, mas reputar a ele a genialidade do álbum é um tanto quanto pretensioso demais pelos indies espelhados por esse mundo virado. Nigel provavelmente incentivou Paul a criar uma sonoridade que permeia o álbum todo, e deve ter incentivado o Beatle para diminuir o pé nas orquestrações grandiosas e meio cafonas. E por isso nós te agradecemos Seu Godrich, mas a real força do álbum reside nas composições, na vontade de um músico provar a si mesmo que ainda é bom naquilo que escolheu fazer. Só que Paul Mccartney avacalha, exagera, cometendo talvez ao lado de The Hour of Bewilderbeast do genial Badly Drawn Boy, o melhor disco da década.
Fine Line é o que podemos chamar de canção-pop-perfeita. Três minutos, refrão que cola como Super Bonder em cabelo, melodia guiada por um piano vertiginoso e as tão famosas vocalizações que só quem tocou nos Beatles sabe como fazer. No repertório de Macca, é “mais uma música no estilo Paul Mccartney de compor”. O que as pessoas não percebem é que mais de 90% das produções musicais atualmente se escoram na fórmula que esse senhor de quase 64 anos (completa dia 18 desse mês) criou quando era adolescente! De Beach Boys a Teenage Fanclub, passando por The Cure a Brendan Benson, pra ficar nos que fazem música de verdade, e não os que copiam sem talento ou escrúpulos.
Seguindo a linha de composições perfeitas, o disco entrega Jenny Wren, canção que entraria tranquilamente no Revolver (ao lado de For no One) ou no White Álbum (ao lado de Black Bird); Too Much Rain, uma espécie de desabafo emocionado na qual a linha do piano faria até um seguidor de Tom Araya e Dave Mustaine chorar escondido; E as duas músicas que encerram o disco, This Never Happened Before e Anyway. Aqui comentar algo é covardia, só ouvindo mesmo.
Daria pra ficar preenchendo linhas e mais linhas sobre o quanto esse cara sabe fazer música. Mas o problema é que ele escreve muito também, além de tocar a maioria dos instrumentos, praticamente na totalidade do disco! Apenas lendo as letras, sem a música, dá pra notar que além de o que ele escreve ser acima de qualquer média, as palavras se completam quase que... Por música! Alguns exemplos:


Fine Line:
Whatever’s more important to you.
You’ve got to choose what you wanna do.
Whatever’s more important to be.
That’s the view that you’ve got to see

Anyway:
If you love me, won't you call me

I've been waiting, waiting to long
In my soul is, constant yearning
Always singing, singing this song
Only love is strong enough, to take it on the chin
When did I begin, to fall
Anyway, Anyway, you can make, that call
You feel free, to make yourself, at home - woh-oh

Too Much Rain:
Laugh, when your eyes are burning

Smile, when your heart is filled with pain
Sigh, as you brush away your sorrow
Make a vow, that's it's not going to happen again
It's not right, in one life
Too much rain
You, know the wheels keep turning
Why, do the tears run down your face
We, use to hide away our feelings
But for now, tell yourself it won't happen again
It's not right, in one life
Too much rain
It's too much for anyone,
Too hard for anyone
Who wants a happy and peaceful life
You've gotta learn to laugh


Muito obrigado por nos irritar - e maravilhar - por tanto tempo Paul Mccartney!

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Esse CD é bala mesmo... ouvi um pouco dele já faz uma cara, mas é daqueles pra gostar desde a primeira escutchada... vou campiar o home pra baixar... mto bom o texto (de novo)... falo tche guri!!!

1:37 PM  
Blogger Anna Blume said...

Ohhhhh ele vai fazer 64! Sixty-four... é um grau muito alto de depimencia para uma pessoa como eu... hahaha Fiquei morrendo de vontade de ouvir o cd. Vai ter que gravar pra mim!!!!!!

11:02 AM  

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