Wednesday, July 05, 2006

Pensamentos de um Ateu Moribundo


“Declare this an emargency/ Come on and spread a sense of urgency/ And pull us trough/ And pull us trough/This is the end/ this is the end/ of the world”

Antes de Matthew Bellamy anunciar o fim dos tempos, ouvimos gritos, sussurros e uma marcha militar que avança sobre o que parece ser uma horda descontrolada de pessoas enlouquecidas. A faixa não dura mais de 40 segundos e os primeiros acordes de “Apocalypse Please” estouram nos ouvidos. Um piano é esmurrado sem dó. A bateria funciona como toque de recolher e sirene ao mesmo tempo. Bellamy canta entre desesperado com a situação e aéreo após ver um caos real e não entender direito o que se passa. Bem vindo a Absolution. Se o Muse é apenas uma cópia barata do Radiohead, Absolution é o disco perdido entre o OK Computer e Kid A. Mas aqui fica claro que eles são muito mais que um mero pastiche de Thom Yorke e sua gangue.
A faixa seguinte é bem mais convencional, rock no estilo verso calmo-ponte tensa-refrão explosivo. Mas tudo ao estilo Muse. “Time is Running Out” não deixa de ser a música com mais cara de single do disco. Linha de baixo com um sintetizador sacana e Bellamy despejando sarcasmo numa letra sobre dependência e destruição. O caminho para a absolvição é tortuoso, mas nem por isso deixa de ter seus momentos tranqüilos.
A quarta canção é a que melhor define o álbum. “Sing For Absoluiton” possui quase todos elementos que o Muse utilizou para elaborar o disco: climas espaciais, poesia caótica, vocal que muda várias vezes em questão de segundos, refrãos guitarreiros e a combinação baixo/bateria funcionando perfeitamente. “Lips are turning blue/ A kiss that can't renew/ I only dream of you/ My beautiful... There's nowhere left to hide/ And no one to confide/ The truth burns deep inside/And will never die... Sing for absolution/ I will be singing/And falling from your grace”. É uma beleza estranha a que existe no fim do mundo, mas não deixa de ser bela por ser o fim, afinal.
“Stockholm Syndrome” é a mais “dançante” do disco. Característica estranha por aqui, mas que entendemos quando ouvimos o novo single da banda, “Supermassive Black Hole”. E é nela também que começamos a perceber a qualidade dos músicos envolvidos nessa banda inglesa de Devon que iniciou atividades no ano de 94. Gêneros e riffs se cruzam rapidamente enquanto muito virtuosismo é utilizado de maneira contida para narrar uma história meio torta. “Fallin Away With You” e “Butterflies and Hurricanes” são as melhores do disco, mesmo sendo complicado apontar apenas duas das 14 músicas como melhores. São as que demonstram melhor o momento inspirado e de entrosamento entre Matthew Bellamy (guitarra, vocais, piano), Dominic Howard (bateria e percurssão) e Christopher Wolstenholme (baixo e vocais).
O problema é que depois de afirmar isso tu te dá conta de que ainda tem “Thoughts of a Dying Atheist” (a que eu mais gosto, nem por isso a melhor) e “TSP”, com uma letra irada e melodia nervosa. Trabalho ingrato falar desse disco.
Rock moderno, sintetizadores, música eletrônica etérea, virtuosismo instrumental, música clássica, inconformismo, poesia e o fim do mundo em 14 canções. Estão mais do que absolvidos
.
TSP – The Small Print
Take
Take all you need
And I’ll compensate your greed
With broken hearts
Sell
And I sell your memories
For fifteen pounds per year
But just the good days
Sane
It will make you insane
And it’s bending the truth
You’re to blame for all the life that you’re losing
You watch this space
But I’m going all the way
And be my slave to the grave
I’m a priest God never paid
Hope
And I hope you've seen the light
Cause no one really cares
They're just pretending
Sell
I'll sell your memories
For fifteen pounds per year
But you can keep the bad days
Sane
It will make you insane
And I’m bending the truth
You’re to blame for all the life that you’re losing
You watch this space
But I’m going all the way
And be my slave to the grave
I’m a priest God never paid

0 Comments:

Post a Comment

<< Home