Talento Neutro
Ser esperto é uma arte. Muitos a confundem com levar vantagem, passar a perna nos outros, enfim, trapacear com o simples intuito de se dar bem. Muitos até que tem certa razão, mas não é só isso, como toda arte nunca é “só isso”.
Obrigado Por Fumar (Thank You For Smoking, de Jason Reitman - 2006) é o que podemos chamar de filme esperto (ou cinema inteligente, mas aí não teria o mesmo charme e seria um filme xarope). A direção, o roteiro, e principalmente os atores não se deixam levar pelos clichês morais e de qualquer sorte (da profissão e da vida) em quase nenhum momento da projeção, a não ser nas passagens onde o clichê é empregado em tom de deboche, tal como o ator que domina a arte de ser canastrão ou o diretor que conhece o enquadramento ideal para emocionar, e o usa numa cena de tiroteio.
E quando parece que a “indústria de Hollywood” vai soterrar tudo no lixão do esquema, Aaron Eckhart dá uma aula de interpretação. Como que alguém consegue interpretar um cara de pau cínico e sarcástico com aquela cara de paisagem é um mistério completo. Vai ver ele olhou seus próprios filmes, copiou a cara de nada que ele fazia e adicionou o personagem desse filme. Ou ele resolveu atuar mesmo.
O mote não tem como ser mais ambíguo: o cara para quem devemos (e queremos!) torcer que acabe com um “final feliz” (afinal é uma comédia. De humor negro, mas comédia) é o maior lobista da Indústria do Tabaco americana! Ou seja, um dos “desgraçados engravatados que querem corromper nossa juventude com drogas legais”!
Obrigado Por Fumar (Thank You For Smoking, de Jason Reitman - 2006) é o que podemos chamar de filme esperto (ou cinema inteligente, mas aí não teria o mesmo charme e seria um filme xarope). A direção, o roteiro, e principalmente os atores não se deixam levar pelos clichês morais e de qualquer sorte (da profissão e da vida) em quase nenhum momento da projeção, a não ser nas passagens onde o clichê é empregado em tom de deboche, tal como o ator que domina a arte de ser canastrão ou o diretor que conhece o enquadramento ideal para emocionar, e o usa numa cena de tiroteio.
E quando parece que a “indústria de Hollywood” vai soterrar tudo no lixão do esquema, Aaron Eckhart dá uma aula de interpretação. Como que alguém consegue interpretar um cara de pau cínico e sarcástico com aquela cara de paisagem é um mistério completo. Vai ver ele olhou seus próprios filmes, copiou a cara de nada que ele fazia e adicionou o personagem desse filme. Ou ele resolveu atuar mesmo.
O mote não tem como ser mais ambíguo: o cara para quem devemos (e queremos!) torcer que acabe com um “final feliz” (afinal é uma comédia. De humor negro, mas comédia) é o maior lobista da Indústria do Tabaco americana! Ou seja, um dos “desgraçados engravatados que querem corromper nossa juventude com drogas legais”!
"And the Oscar (doesn't) goes to..."
O filme além de apoiar-se no talento até então escondido de Aaron, levanta questões banais que fazemos de tudo para ignorar em nosso cotidiano cheio de tarefas e programações: Alguém realmente faz os trabalhos sujos que ninguém quer fazer? E se fazem, devemos odiar estas pessoas por isso? E pior, se elas são boas no que fazem, estão elas erradas? E mais, ser preconceituoso nesses casos é aceitável e normal?
Enfim, basicamente o filme é bala porque foi feito de uma maneira naturalmente inteligente, sem forçar nenhuma espécie de malandragem ou coisa que o valha. E isso nesses tempos bicudos já é uma coisa pra lá de valiosa.
“Moral” da história – Cigarros matam, mas a burrice é bem pior;
“Moral” da história II – Advogados podem ser considerados seres humanos também! Mas nunca aceite transfusões, órgãos ou conselhos desses sanguessugas!
Enfim, basicamente o filme é bala porque foi feito de uma maneira naturalmente inteligente, sem forçar nenhuma espécie de malandragem ou coisa que o valha. E isso nesses tempos bicudos já é uma coisa pra lá de valiosa.
“Moral” da história – Cigarros matam, mas a burrice é bem pior;
“Moral” da história II – Advogados podem ser considerados seres humanos também! Mas nunca aceite transfusões, órgãos ou conselhos desses sanguessugas!