Wednesday, June 28, 2006

Spidey is back (in black!)



Esqueça qualquer tipo de idéia suicida. Não pratique esportes radicais idiotas ou atos ilícitos que possam causar uma morte estúpida. Pelo menos até o dia 4 de maio de 2007. E certifique-se de que seus sentidos estejam funcionando perfeitamente bem nesse dia. E que seu queixo está bem treinado, porque um certo aracnídeo vai se balançar pela terceira vez em algum cinema perto de ti!
Esse é o dia que Sam Raimi vai cravar de vez o nome na história da cultura mundial. Como se ele ainda precisasse, o mestre vai melhorar ("como ele conseguirá fazer isso, porra?" Veja o trailer!) a saga do Aranha nas telonas!
Muitos fãs, e o próprio Raimi nos primeiros anos da franquia, tinham calafrios ao ouvir o nome do simbionte criado por Todd Mcfarlane. Consideravam o personagem deslocado da galeria “original” de vilões do aracnídeo e o tratavam com desdém. Os anos passam, as coisas mudam e talvez Avi Arad tenha conseguido convencer o Comandante Sam. Pois agora VENOM está entre nós! A igreja, o sino, a mudança de comportamento de Peter. Está tudo lá no Teaser Trailer de um minuto e trinta e seis segundos. Espero que as pessoas consigam prender a respiração por mais de um minuto, senão a Sony ouvirá reclamações.
O vídeo liberado oficialmente ontem mostra muito mais do que os fãs estavam esperando para uma primeira amostra.
*O conflito interno de Peter com o simbionte (que ainda não sabemos se será abordado da forma original ou se receberá a explicação Ultimate. Mas a segunda opção ganha força quando vemos o jeito do ator que interpretará Eddie Brock, Topher Grace);
*Os reflexos do comportamento adotado pelo herói nas suas relações pessoais;
*Mary Jane e Harry Osborn ficando “próximos” de novo;
*Harry será o Duende, está lá para os que não acreditavam que ele seguiria o legado de seu pai. Mas quem lança a abóbora nele então? Norman voltando dos mortos?;
*Flint Marko – Homem-Areia, ao que tudo indica, será o vilão responsável pelas cenas de ação mais vertiginosas da fita. Já deu pra ver o amigão da vizinhança saindo do esgoto com um “rio” correndo atrás dele! Maior referência que essa aos quadrinhos só a cena em que Peter desiste de ser o Aranha e joga o uniforme numa lata de lixo de um beco, no segundo filme;
* GWEN STACY! Sem mais explicações. Apenas que a Bryce Dallas-Howard está perfeita no papel. E de novo fica a dúvida: enfoque tradicional, Ultimate ou uma mistura das duas coisas? Daqui sairá ou o maior trunfo ou a ruína do filme (para os fãs mais antigos, naturalmente, pois o espectador médio vai ver apenas como um "triângulo amoroso". Ou quadrado, se colocarmos o Harry na equação);
* Tobey Maguire É Peter Parker. Sem discussões.
Faltam 308 dias. Para quem esperou tanto tempo para ver o Amigão da Vizinhança se balançando nas telonas (o primeiro filme tem um impacto visual único na história do cinema), menos que um ano não é nada. Salve Sam Raimi! Go Spidey, Go!
Ps.: As imagens são assim ensolaradas pois são do set de filmagens (e Sam Raimi está vestido daquele jeito por conta de uma piada interna), mas o clima do filme é totalmente sombrio, como a primeira imagem lá de cima.

Monday, June 26, 2006

Breaking News


E atenção!
A Rede Globo de Televisão tem a satisfação de anunciar que acaba de firmar contrato com Charles Xavier, diretor da Instituição para Jovens Dotados de Poderes Extremamente Fodas, mundialmente conhecidos como Os Fabulosos X-Men, para que alguns dos telepatas que habitam a Escola possam decifrar o que os jogadores e comissão técnica da Seleção Brasileira PENSAM durante os jogos, treinamentos e festas escondidas.
“Estou muito ansiosa para saber o que os jogadores pensam. Acho que o povo brasileiro precisa saber a verdade, após tantos escândalos nesse ano que passou”, afirmou Jean Grey, que estava explodindo planetas como a Fênix Negra, mas resolveu voltar à Terra para acompanhar a Copa do Mundo FIFA 2006. A jovem Kitty Pride entrará nos lugares mais impossíveis para cobrir qualquer partida de Winning Eleven ou leitura de revistas no banheiro por parte dos jogadores. O poder da garota é a intangibilidade, como todos sabem.
Fontes não oficiais informam que a CBF (Comissão Baiana de Frescobol) teria contatado Wolverine e Noturno para fazer um trabalho de espionagem nas outras seleções classificadas para as Quartas-de-Final do mundial, mas após uma tentativa de entrada na concentração de Portugal, o técnico Luis Felipão Scolari matou os dois mutantes com uma palestra de motivação tão irracional que Logan enfiou as garras contra o próprio cérebro e Noturno se explodiu.
Então fique ligado, porque no próximo domingo no Fantástico saberemos como funcionam os 13 neurônios de Zagallo, o real motivo pelo qual Ronaldinho Gaúcho não faz 18 gols por jogo e quantos assassinatos Dida cometeu para ser tão frio daquele jeito, e muito mais!
Direto de Bergdishgladbachschweinsteiger informou Márcio Canuto.
Copa 2022, a Globo é mais Bolívia.

Friday, June 23, 2006

Poesia Vogon

- Ei Consciência, quer conversar?
- Querer eu não quero, mas adianta?
- Não. É que eu tava pensando (e por isso tu já sabe o que é porquê tu fica bem perto dos pensamentos, mas vou falar mesmo assim) numa maneira de conseguir me tornar sociável. Não digo sociável por completo, mas que eu pelo menos não tivesse a mente tão turva e conseguisse saber o que as pessoas entendem como valores de socialização. Um Parâmetro para Interação Social, esse foi o nome que eu dei.
- Antes de qualquer coisa, o fato de possuir um nome não torna algo melhor.
- Eu sei.
- Agora vou te dizer o que eu falo a pelo menos três mil dias de conversas esquizofrênicas: Tu NÃO QUER interagir com as pessoas. É até louvável esse teu esforço bizarro de tentar agradar, mas no fundo tu sabe que é só uma questão de tempo pra começar tudo de novo. E cada vez que perguntas desconexas sobre eventos sociais e situações reais com mulheres surgem na tua cabeça eu sinto uma dor descomunal.
- Azar é o teu.
- Azar é o nosso. Eu sei que o que tu sente não é agradável também. Mas também sei que quando tu tenta mudar as coisas no campo das relações humanas da tua vida, tu sofre bem mais.
- Então é um caminho sem volta, como tu diz?
- Definitivamente.
- Que bom.
- Bom não é, mas é uma verdade. Já serve.
- Só se pra ti.
- Exatamente! Tudo que é verdade é melhor pra uma consciência tão fudida quanto a tua! Aliás, como tua Consciência, tu sabe que eu sou aquilo que impede de tua vida tornar-se uma espiral de contradições, e que um dia tu acorde sem saber quem está tomando conta da tua cabeça.
- Vendo por esse ângulo até concordo.
- Eu fiz tu ver pelo meu ângulo agora, desculpa aí.
- Tranqüilo.
- Então acho que ficamos assim. Continua na tua. Fica uns dias sem tentar nada. Eu sei que é difícil, que todos são “seres sociais” (mesmo que eu não concorde) e que todos sentem falta de coisas que eu não sei explicar, e aquilo que tu me fala e eu não entendo. O melhor é abstrair.
- E tu acha que assim vou me sentir melhor?
- Lógico. Até porque depois quem sofre as reais conseqüências sou eu.
- Sim. Disso eu tenho CONSCIÊNCIA! Entendeu?
- Acabou a conversa. Vou agora mesmo esculhambar com tuas terminações nervosas responsáveis pelo humor!

Forçosamente cedido por Asperger Syndrome.

Wednesday, June 21, 2006

Peter Griffin comanda!




Esqueça qualquer coisa em termos de ignorância que tenhas visto nos últimos 10 anos. Family Guy supera todas elas com uma margem incrível de folga.
Sabe aquela metranca giratória que o Schwarza usa no Terminator 2? É mais ou menos naquela velocidade que as piadas são arremessadas na lata do telespectador quando assiste esse desenho inacreditavelmente inspirado e doidaço.
Correndo com fôlego de iniciante (a série está na 5ª temporada após cancelamento de um ano) na trilha aberta pelos Simpsons no começo dos anos 90 e que South Park parecia ter devastado e esgotado cometendo piadas tão politicamente incorretas que o termo já se tornou desgastado quando falamos de Stan e sua gangue, Family Guy (Uma Família da Pesada no Brasil) extrapola qualquer expectativa de destruição do senso comum no humor.
O desenho animado aqui em questão não possui o verniz político que Os Simpsons encarnam com muita excelência por sinal, nem o tom underground e propositalmente tosco de South Park. Porém a qualidade imposta pelo criador/desenhista/dublador/produtor/DONO Seth MacFarlane (não, não é parente do Todd “Spawn” Macfarlane) é marcante e trabalha a favor do nonsense sem ser um aspecto da piada, funcionando na verdade como um alento para que quem está assistindo não sofra nenhuma lesão cerebral, até porque a velocidade e a cavalice das piadas podem ser prejudiciais aos não iniciados na arte dos desenhos animados de temática “adulta”, por assim dizer.
A velocidade com que as referências à cultura pop são despejadas na tela requer atenção total para que possam ser totalmente absorvidas, e algumas simplesmente se perdem na baderna que se instaura no desenho em certos momentos. E é aí que está outro trunfo de Seth e da família Griffin: as piadas em flashback ou com um timing bem mais lento que o normal. Enquanto a cena transcorre na casa dos Griffin, por exemplo, algum personagem faz referência a algo que aconteceu com ele momentos ou anos antes, e a situação é exibida do nada e termina mais abruptamente ainda! Enquanto que as piadas com o timing lento são meio complicadas de explicar. Mas vamos lá.
Imagine um cachorro falante tomando um Martini Seco e com ar de intelectual (Brian) tentando explicar para Peter Griffin (o patriarca) que ele está gordo. Então o cão coloca objetos ao redor da cintura de Peter e eles ficam girando em torno da gigante pança do mesmo, comprovando que ele não está apenas gordo, e sim que possui uma ÓRBITA ao redor de si mesmo! A cena transcorre durante uns 30 segundos e o silêncio e a bizarrice da situação vão provocando uma sensação incontrolável para o espectador.
Os alvos preferidos de Stewie (um bebê de 1 ano de idade que quer dominar o mundo e possui um humor britânico destruidor e um certo instinto assassino), Peter (uma espécie de Homer Simpson com mais milhagens na frente da televisão ainda), Brian (o cachorro alcoólatra e intelectual), Chris (o típico pré-adolescente retardado mental), Meg (a adolescente que não sabe muito bem como foi parar nessa família) e Lois (a mãe desesperada e que tenta ser o ponto de equilíbrio) são as celebridades em geral (atores, músicos, políticos, etc.), o estilo de vida americano, o racismo, a obesidade, a televisão e as religiões, especialmente o Cristianismo e a Igreja Católica. Logicamente todos são achincalhados até dizer chega. E mais qualquer assunto polêmico que surgir na cabeça dos roteiristas. Ninguém é poupado, as piadas quase sempre são bastante ofensivas mesmo que não aparentem ser, em função da leveza e da qualidade do traço do desenhista, como eu acho que disse anteriormente.
Aliás, a única explicação para que Family Guy não seja destruído pelos puritanos de plantão (embora alguns já se manifestaram nos primeiros anos do seriado) é que a esmagadora maioria das pessoas não entende e/ou não consegue acompanhar todas os deboches de Peter e família.
Ainda bem.

Wednesday, June 14, 2006

Não Seria Legal?


Antes que assuntos pessoais tomem conta disso aqui, e na dificuldade de falar sobre tais questões... Já falei muito.
Brian Wilson enlouqueceu. Todo mundo atribui isso a sua “busca pelo som dos anjos”, a quantidade um tanto quanto enorme de substâncias ilícitas que o mesmo tomava enquanto planejava sua obra máxima (que foi lançada praticamente 40 anos depois e de maneira nada convencional), Smile, às horas intermináveis enfiado dentro do estúdio para lançar o maior disco de todos os tempos naquela batalha transatlântica (e meio imaginária) contra os Beatles.
Existiram milhares de fatores para que Brian finalmente ultrapassasse a linha tênue entre a sanidade aparente para a sociedade e enfim ceder a reclusão e mandar o mundo às favas. Mas o que me parece claro e que pouca gente comenta é que ele simplesmente não aturava o cinismo que estaria por vingar nas pessoas. Mesmo sendo peça dos anos 60 (e toda aquela palhaçada hippie), Wilson não encontrava retorno para suas idéias e pensamentos. Ele ia milhares de quilômetros além do que os hippies supostamente queriam. O que Brian queria era a volta da ingenuidade, de uma inocência bizarra, a volta de uma forma de pensamento e de viver que provavelmente tenha sumido em algum lugar dos anos 40 ou 50. Ou muito provavelmente nunca tenha existido na realidade. E isso já era um pensamento ingênuo em 1966...
Tudo isso é só pra explicar que os Beach Boys lançaram uma das músicas mais especiais de todos os tempos. Wouldn’t it Be Nice, que está no Pet Sounds, é um primor. Daquele tipo de som que evoca algo maior do que nós podemos entender. Esse tal imponderável, ou aquelas coisas que nós não vemos, mas de algum modo estão afixadas na parte mais escura tua caixa craniana. Mas a parte principal disso é o próprio título da faixa. “Não seria legal?” é o tipo de pergunta que fica escondida atrás da cabeça do cidadão e como mágica salta pra boca sem muita explicação. Pare pra pensar se ela não preenche milhares de sonhos em milhões de cabeças pelo mundo todo: Não seria legal se todo mundo pudesse viver tranquilamente? Não seria legal não haver pessoas morrendo por razões estúpidas? Não seria legal se quando eu dissesse “eu gosto de ti”, ela respondesse do mesmo jeito? Não seria legal não existir mais nada pelo que se preocupar seriamente? O questionamento atinge o mais mundano dos desejos até as questões mais essenciais dessa palhaçada que é viver.
O tipo de coisa que só gênios são capazes de formular, ainda que percam sua mente para o vácuo da existência no caminho entre pensar e divulgar tais pensamentos.

Wouldn't it be nice if we were older
Then we wouldn't have to wait so long
And wouldn't it be nice to live together
In the kind of world where we belong

You know it's gonna make it that much better
When we can say goodnight and stay together

Wouldn't it be nice if we could wake up
In the morning when the day is new
And after having spent the day together
Hold each other close the whole night through

Happy times together we've been spending
I wish that every kiss was never ending

Wouldn't it be nice
Maybe if we think and wish and hope and pray
It might come true
Baby then there wouldn't be a single thing we couldn't do
We could be married
And then we'd be happy
Wouldn't it be nice

You know it seems the more we talk about it
It only makes it worse to live without it
But let's talk about it
Wouldn't it be nice

Tuesday, June 13, 2006

Indie


- Já notou que todo mundo tem um “projeto paralelo”?
- Que?
- É, como se cada pessoa na terra não querendo demonstrar a mediocridade aparente, ostentasse um “plano B”.
- Nada a ver.
- Claro que sim! Uma guria gostosa pra cacete tá tentando ser “modelo-e-atriz”. Mas se tu for perguntar pra ela sobre isso, ela vai te dar uma invertida e falar sobre outro plano para a vida dela, um negócio totalmente absurdo. Puta merda, que exemplo de bosta. Deixa eu pensar de novo.
- Vai lá. Tu tem 9 minutos até que comece aquele programa de vender tapete persa com o cara que grita com as atendentes do telefone.
- Só, eu quero ver também...
- Agora tu tem 8 minutos.
- O lance é que para escapar da... Bom, da própria vida que levam, as pessoas criam (e estão sempre “desenvolvendo”) coisas paralelas, que ninguém sabe como aquilo é vital e define uma faceta importante da personalidade daquele indivíduo pensante e tal e coisa. Só que essas coisas quase sempre não existem! É o lado indie que 80% das pessoas tem, mas ninguém percebe ou comenta realmente.
- Talvez pela inutilidade da questão.
- Se é por isso ninguém falaria sobre mais nada.
- Pode ser. Bom, o que eu sei é que de indies tu entende...
- Desde quando?
- Aqueles discos do Polyphonic Spree, do Teenage e pior, o do STONE ROSES te entregam direitinho.
- Mas tu gosta do Stone Roses também!
- Isso não vem ao caso. Mas até que tu tem um pouco de razão. É o lado escondido que as pessoas escondem até delas mesmas, pra parecem um pouco mais misteriosas para os outros. No fundo é só mais uma tática pra transar.
- Então vou começar a pensar em alguma coisa. Dependendo do tipo de guria que vier falar comigo sobre “o que estou fazendo”, vou falar que estou iniciando uma enorme pesquisa para um romance que estou escrevendo! Ou que acabei de me inscrever num projeto de preservação da fauna rudimentar brasileira.
- Se alguma dessas funcionar me avisa.
- Sem dúvida.
- Agora quieto que vai começar o programa.
- Beleza!

Thursday, June 08, 2006

Ana Lucia Cortez - A musa


E com o final da segunda temporada, LOST acaba de entrar para o seleto grupo de séries mais alucinantes de todos os tempos. Esperar até setembro será triste, mas logo será outubro. Pena que fizeram o que fizeram com a personagem principal, pelo menos para quem gosta de mulheres espetaculares: Ana Lucia Cortez. Ou Michelle Rodriguez, para quem ainda não se perdeu (get lost, got it?). O crack que os produtores fumam na casa do J.J. Abrams deve estar falhado, mas mesmo assim esperamos que LOST dure pelo menos mais uns 17 anos.

Dados da garota:
Nome: Ana Lucia Cortez.
Idade: 29.
Origem: Los Angeles – Califórnia.
Profissão: LAPD Officer (motha fucka!).
Razão pela qual estava na Austrália: Guarda pessoal de um tal Christian Shephard.
Razão pela qual ia vazar da Austrália: Pedir ajuda pra mãe, que era sua chefe na LAPD.
Frase de efeito: “Se tu acha que com uma arma e algumas balas vai conseguir pará-los... PENSE DE NOVO!”
Porque ela é maravilhosa: Se 15% das mulheres tivessem 5% da atitude que Ana tinha, 90% dos homens não reclamariam dos 85% das mulheres que não tem nem 5% de atitude. E a personagem só é assim em função da Michelle Rodriguez ser bem parecida na vida real, vide problemas com a justiça, etc.


Considerações finais 1:
Jack enlouqueceu depois do beijo da Kate?
Kate vai se decidir?
Sawyer achará mais piadas referentes à cultura pop mundial?
Os Outros são cientistas-maltrapilhos?
Locke, Desmond (a.k.a. Eddie Vedder) e Mr. Eko (a.k.a. Rentería) estão soterrados na escotilha maldita?
Claire é irmã de Jack???
Charlie terá uma overdose de abstinência de heroína?
Ei, Hanso, vai tomar no cú?

Considerações finais 2 e meio:
Considerações SÉRIAS referente a esta maravilha que incrivelmente vem da TELEVISÃO e é melhor que 96,13% dos filmes atuais mais ali, ali na frente.

Considerações (desnecessárias) finais 3:
* Foto, perfil e post em homenagem a musa máxima Ana Lucia (ah, pára?). E serve de puxão de orelha nesses produtores palhaços. Ainda levamos fé em ti J.J. nerd-quatro-olhos de uma figa, mas essa pisada na bola não será esquecida tão cedo. Se matar mais algum personagem bala faremos motins com milhares de nerds armados com gibis flamejantes e vestidos como Jedis estúpidos

Monday, June 05, 2006

Anos 90: Toejam and Earl


Se as crianças soubessem como a infância é importantemente sem importância, não iam querer crescer tão depressa. Cada aspecto de ser uma criança tem reflexo imediato em quem tu vai te tornar quando for adulto, sendo que às vezes uma infância maravilhosa pode ser até maléfica quando colocada em pé de igualdade com uma vida adulta enfadonha e sem brilho.
As brincadeiras dos meus avós, no interior da parte mais interiorana do Brasil, consistiam basicamente no contato com a natureza: ora interagindo, ora destruindo. Banhos em açudes, horas no meio do mato, colhendo frutas do pé, ou roubando ovos e filhotes de animais silvestres e sacrificando pássaros em caçadas rudimentares e infantis.
Já a dos meus pais foi bem mais urbana, mas com uma urbanidade estranha para as pessoas da minha geração. Ficar na rua brincando de pião, bolinha de gude e esconde-esconde até tarde era algo encarado tranquilamente. Na minha infância já era algo temerário. Hoje criança na rua as 7:00 da noite está pedindo para que algo ruim aconteça. Tristes dias os nossos.
E é aí que um jogo eletrônico chamado videogame, que começou a se tornar popular na virada da década de 70 para a de 80, passou a fazer parte da infância de várias pessoas. Ele funciona basicamente como válvula de escape para crianças que vivem mais dentro de casa do que fora, principalmente nos grandes centros urbanos. Ele supre a falta de aventuras genuinamente infantis que a vida moderna se encarregou de destruir.
E essa papagaiada toda é pra dizer que Toejam e Earl é o jogo mais (adjetivo que tu usas para denominar algo tão bom que não adianta tentar adjetivar) da história. Gráficos de desenho animado, com aquela qualidade baixa e criatividade no limite, o que já cria uma empatia no instante em que o console é ativado; tudo colorido, vivo, as coisas parecem pular da tela (principalmente quando se tem 7 anos de idade); Jogabilidade tranqüila, o jogador precisa de apenas algumas horas para entender o mecanismo dos presentes e o funcionamento das fases; personagens carismáticos ao extremo. Toejam é vermelho, tem três pernas, tênis, correntes e maneirismos de rapper americano da costa leste dos anos 80. Earl é amarelo, gordo bonachão, desengonçado, o típico “E.T. camarada”.
Antes de falar sobre os dois maiores atributos do jogo, vamos à história do mesmo. Toejam e Earl pegam a nave dos pais de Earl “emprestada”, e deixam seu planeta local, Funkotron. Após uma chuva de asteróides, a nave fica danificada e cai em um planeta que a princípio parece ser a Terra. Mas só parece mesmo. Lá eles terão de encontrar os 10 pedaços da nave que estão espalhados em 25 fases, pegando um elevador para subir em cada “nível” do jogo. O detalhe para conhecer a história é que os próprios personagens introduzem o jogo, com Toejam explicando o que aconteceu e Earl repetindo todo final de frase do amigo, enquanto uma animação muito bacana vai se desenrolando na tela. Na apresentação o jogo já é hilário e cria um vínculo com o pirralho que alugou o cartucho. Afinal em 1991 todo mundo queria ajudar aqueles dois malucos com jeitão desengonçado, mas totalmente carismáticos e ingênuos. Não me pergunte a razão desse pensamento, eram os anos 90!
Agora a trilha sonora. Pelo fato dos personagens andarem e se vestirem como os rappers dos anos 80, as músicas e expressões usadas pelos personagens são claramente inspiradas nesse período. Imagine se alguém juntasse as bases do Public Enemy com as linhas de baixo da banda de James Brown. Ou se o Grandmaster Flash resolvesse criar uma trilha instrumental para um game destinado à gurizada, adicionado às batidas mais poderosas e mais imitadas já criadas na história do Rap, e um baixo com aquela levada esperta do Funk dos anos 70. Pronto, é isso. Com cinco minutos de jogo a música já está trancafiada no teu cérebro e mexendo tuas pernas, cabeça e quadris involuntariamente. Não há como permanecer alheio a música que rola enquanto Toejam e Earl caminham, parecendo estarem acompanhando o ritmo, como se estivessem sentido o “groove”. Durante as fases o tema vai sendo alterado levemente, sendo que a música que toca quando os personagens entram no elevador para passar de fase é a mais viciante do jogo.
Além do estilo peculiar de andar dançando, os dois ET’s do Funk intergaláctico arrotam, dormem lendo livros escolares, perdem as calças, ficam com vergonha, batem as mãos no melhor estilo “Hi-Five” (quando estão jogando com os dois personagens), atiram tomates com estilingues, distraem os inimigos malucos com um “BoomBox” (rádios que nos acostumamos a ver em clipes de Rap, quase sempre sendo carregado nos ombros de algum “brow”), andam de skates com propulsores, voam em “asas de Icarus”, nadam com bóias coloridas e utilizam várias gírias hilárias (Bogus, Jammin’, Youch, RapMaster, Dude, Groovy...).
E finalmente chegamos ao ponto mais forte (se é que existe um só) desta pérola do console da Sega de 16-Bits, o maravilhoso Mega Drive: a DIVERSÃO, com todas as letras em tamanho gigante e com cada letra em uma cor berrante. É tão divertido que passar duas, três horas jogando é tarefa das mais simples, sem se tornar algo maçante. O jogo é bem comprido, pelo menos para uma criança de 9 anos que mal consegue parar na frente de algo por mais de 15 minutos, mas experimente mostrar àquele teu priminho hiperativo as palhaçadas e aventuras de Toejam e Earl. Se ele for muito hiperativo, aproveita e compra o Sonic 2 pro guri também Se ainda assim ele continuar quebrando a casa dos coitados dos teus tios é porque nem o vídeo game faz milagres mais.

* No livro “Mega Drive – Fábrica de Diversão”, que será lançado em janeiro de 2011, constarão mais informações sobre Toejam and Earl. Aguardem
.

Friday, June 02, 2006

Chaos and Creation in the Backyard


Irritante. O que Sir Macca faz nessa obra de arte de 46 minutos e 54 segundos é para irritar – e maravilhar - nós, o resto da humanidade. Não basta ser um dos dez maiores compositores do século XX, ele quer cravar o seu nome no século XXI também. Nos primeiros seis anos da década 00 que estamos vivendo (já tentaram imaginar os anos 60, ou 80 deste novo século?), ninguém fez algo tão técnica e emocionalmente perfeito, ou com uma unidade e sonoridades tão coesas quanto Paul. É como se ele lançasse a “Cartilha para se fazer MÚSICA” em formato Compact Disc.
Falar do disco é garoar na enchente, mas vamos lá. Nigel Godrich é o produtor. Muitos dizem que Nigel foi o responsável por Paul lançar um disco relevante, coisa que não fazia – segundo a imprensa “especializada” – desde... Bom, desde que saiu dos Beatles! Ouvindo o disco, o que dá pra perceber é que os fãs de Godrich por seus trabalhos com Beck, Travis e Radiohead não fazem a menor idéia de quem seja Mccartney. Claro que algo nas atmosferas das canções remete ao produtor, principalmente em How Kind of You e At the Mercy, mas reputar a ele a genialidade do álbum é um tanto quanto pretensioso demais pelos indies espelhados por esse mundo virado. Nigel provavelmente incentivou Paul a criar uma sonoridade que permeia o álbum todo, e deve ter incentivado o Beatle para diminuir o pé nas orquestrações grandiosas e meio cafonas. E por isso nós te agradecemos Seu Godrich, mas a real força do álbum reside nas composições, na vontade de um músico provar a si mesmo que ainda é bom naquilo que escolheu fazer. Só que Paul Mccartney avacalha, exagera, cometendo talvez ao lado de The Hour of Bewilderbeast do genial Badly Drawn Boy, o melhor disco da década.
Fine Line é o que podemos chamar de canção-pop-perfeita. Três minutos, refrão que cola como Super Bonder em cabelo, melodia guiada por um piano vertiginoso e as tão famosas vocalizações que só quem tocou nos Beatles sabe como fazer. No repertório de Macca, é “mais uma música no estilo Paul Mccartney de compor”. O que as pessoas não percebem é que mais de 90% das produções musicais atualmente se escoram na fórmula que esse senhor de quase 64 anos (completa dia 18 desse mês) criou quando era adolescente! De Beach Boys a Teenage Fanclub, passando por The Cure a Brendan Benson, pra ficar nos que fazem música de verdade, e não os que copiam sem talento ou escrúpulos.
Seguindo a linha de composições perfeitas, o disco entrega Jenny Wren, canção que entraria tranquilamente no Revolver (ao lado de For no One) ou no White Álbum (ao lado de Black Bird); Too Much Rain, uma espécie de desabafo emocionado na qual a linha do piano faria até um seguidor de Tom Araya e Dave Mustaine chorar escondido; E as duas músicas que encerram o disco, This Never Happened Before e Anyway. Aqui comentar algo é covardia, só ouvindo mesmo.
Daria pra ficar preenchendo linhas e mais linhas sobre o quanto esse cara sabe fazer música. Mas o problema é que ele escreve muito também, além de tocar a maioria dos instrumentos, praticamente na totalidade do disco! Apenas lendo as letras, sem a música, dá pra notar que além de o que ele escreve ser acima de qualquer média, as palavras se completam quase que... Por música! Alguns exemplos:


Fine Line:
Whatever’s more important to you.
You’ve got to choose what you wanna do.
Whatever’s more important to be.
That’s the view that you’ve got to see

Anyway:
If you love me, won't you call me

I've been waiting, waiting to long
In my soul is, constant yearning
Always singing, singing this song
Only love is strong enough, to take it on the chin
When did I begin, to fall
Anyway, Anyway, you can make, that call
You feel free, to make yourself, at home - woh-oh

Too Much Rain:
Laugh, when your eyes are burning

Smile, when your heart is filled with pain
Sigh, as you brush away your sorrow
Make a vow, that's it's not going to happen again
It's not right, in one life
Too much rain
You, know the wheels keep turning
Why, do the tears run down your face
We, use to hide away our feelings
But for now, tell yourself it won't happen again
It's not right, in one life
Too much rain
It's too much for anyone,
Too hard for anyone
Who wants a happy and peaceful life
You've gotta learn to laugh


Muito obrigado por nos irritar - e maravilhar - por tanto tempo Paul Mccartney!